terça-feira, 31 de maio de 2016

Sophia de Mello Breyner Andresen

  A escrita de Sophia de Mello Breyner é bastante descritiva e única. Esta recorre, constantemente, à descrição de locais, de personagens ou de outros elementos, através da utilização da adjetivação. Sophia também usa metáforas e personificações.
  Um aspeto que sobressai na sua escrita é a utilização dos quatros elementos primordiais: a terra, através de referências à flora e à fauna; a água, quando fala no mar, na espuma e na praia; o ar, quando se refere ao vento e à brisa, e o fogo, quando escreve sobre o sol e a luz. Todas as suas referências à Natureza são associadas à ideia de pureza e harmonia.
  Outro aspeto que também sobressai na poesia de Sophia é a fidelidade à realidade do mundo, quando fala nas desigualdades e injustiças sociais vividas na cidade. Para esta, a cidade é vista como um espaço negativo, artificial e hostil, representado o oposto da Natureza. No poema "Cidade", podemos observar algumas destas caraterísticas logo no primeiro verso quando esta diz "Cidade, rumor e vaivém sem paz das ruas".
  Sophia de Mello Breyner, na sua escrita, procura a ordem e o equilíbrio do universo, refugiando-se, maioritariamente, na Natureza, no mar e no campo.

-B

Os Maias- Viagem a Sintra

  A visita de estudo que as turmas realizaram a Sintra, teve o intuito de ajudar a aprofundar o estudo da obra "Os Maias". Foi realizado um percurso por alguns locais descritos na obra, na parte da manhã, e, na parte da tarde, deram-nos a conhecer a Quinta da Regaleira. Ambas as visitas foram acompanhadas por um guia.
  Durante a visita da manhã, fomos orientados por uma guia já nossa conhecida. Forneceu-nos uma avultada quantidade de informação acerca da obra, apesar de parte dela ser um pouco irrelevante. Deu-nos a conhecer o exterior do palácio de Seteais, o Hotel Lawrence, entre outros.
  Após a visita da manhã, seguimos para a Quinta da Regaleira. Lá, também, fomos orientados por um guia que nos deu a conhecer, quase integralmente, toda a quinta. Este mostrou-nos o casarão em si e os jardins e segredos que o rodeavam. Foi-nos explicada toda a simbologia e mitologia que lá se encontrava, o que tornou tudo mais empolgante.
  Toda a viagem realizada pelo "mundo" "d`Os Maias" naquele dia passado em Sintra, foi produtiva para a nossa aprendizagem e aumentou o nosso conhecimento geral acerca da obra. Ambos os guias souberam integrar a obra na visita e tornarem-na mais interessante.

-B

Cesário Verde

  Cesário Verde foi um grande poeta português do século XX. A sua poesia é caraterizada pelo seu cariz realista e pela captação impressionista da realidade, assim como a atenção aos pormenores, aos detalhes. Este usa uma linguagem corrente, mas rica em termos. Um dos aspetos a destacar na sua poesia é o binómio campo/cidade.
  O poeta considera que a cidade lhe desperta um desejo absurdo de sofrer, que é um lugar de futilidade e de repulsa, e é um aprisionamento de dor. É um lugar de injustiças sociais onde as pessoas trabalham sob condições miseráveis e sem segurança. Cesário não se identificava com a cidade e deambulava pelas ruas e revivia memórias oprimidas do seu passado ("Que as sombras, o bulício do Tejo, a maresia/Despertam-me um desejo absurdo de sofrer.").
  O campo é visto como um lugar onde a simplicidade, a saúde, a vitalidade e a liberdade se destacam e é quase como um porto de abrigo para o poeta. Lá os próprios trabalhadores são como se de parte do campo se tratassem. O poema que melhor transmite esse binómio é o "Sentimento dum Ocidental I" pois, todo ele, consiste numa constante reflexão sobre a vida citadina.
  Na minha opinião, Cesário Verde é um poeta detalhista e que consegue expressar facilmente nos seus poemas uma realidade subjacente à que todos nós vemos.

-B

O Doido e a Morte

  A peça "O Doido e a Morte" consiste numa crítica social. Nela destacam-se duas personagens: o Sr.Milhões e o Governador Civil. Toda a peça se desenrola no escritório de Baltazar Moscoso, local onde supostamente iria explodir uma bomba.
  Um momento de grande destaque na peça foi a falta de ética, no trabalho, demonstrada pelo Governador Civil. Este, em vez de estar as suas funções, encontrava-se a plagiar excertos de peças. Toda esta desonestidade e falta de caráter aponta para uma crítica à sociedade, crítica a qual ainda hoje continua a ser atual.
  Outro momento de grande destaque na peça foi a troca de argumentos no escritório de Baltazar Moscoso, quando este soube que o Sr.Milhões havia ativado uma bomba lá dentro. Devido ao seu medo de morrer, o Governador Civil teve de mostrar o seu verdadeiro "eu", numa tentativa de escapar dali. Durante todo este dialógo, o Sr.Milhões também acaba por refletir acerca da vida que levava.
  Na minha opinião, Raúl Brandão, através da peça, soube fazer uma crítica social em que todos os membros da sociedade tiveram direito a um papel, apesar de a peça criticar maioritariamente a função dos políticos e das pessoas de grande poder.

-B

sábado, 19 de março de 2016

Eduardo Viana

Eduardo Afonso Viana, mais conhecido por Eduardo Viana, foi um pintor de renome português. É considerada um dos maiores pintores da primeira geração do modernismo nacional. Estudou na Academia de Belas Artes de Lisboa, porém teve que interromper o seu curso de pintura em 1905, mesmo ano que parte para Pari, onde virá a frequentar as Academias Livres. Entre 1911 e 1915, envia trabalhos para o salão oficial do SNBA , sendo-lhe atribuído uma Menção Honrosa e uma 2ª Medalha. Após a eclosão da 1ª Guerra Mundial, regressa a Portugal e vai viver para Vila do Conde, onde mantém uma relação próxima com o casal Delauney, que também reside na mesma localidade e contacta Amadeo de Souza-Cardoso, que havia conhecido posteriormente. Em 1919 participa na III Exposição dos Modernistas, no Porto; em 1920 e 1921 realiza exposições individuais, também no Porto e em 1923, realiza, novamente, exposições individuais em Lisboa, onde é convidado por Milly Passoz e por Almada Negreiros a participar na exposição “Cinco Independentes”, no SNBA, em Lisboa. Colabora artisticamente na revista Contemporânea entre 1915 e 1926. Em 1925 organiza o I Salão de Outono, na SNBA, exposição importante na afirmação do modernismo em Portugal, que reuniu trinta nomes. Nessa mesma exposição, apresenta 8 trabalhos da sua autoria, destacando-se entre eles as telas para o café “A Brasileira”. Nesse mesmo ano regressa a Paris e cinco anos mais tarde muda-se para a Bélgica. Regressa definitivamente a Portugal em 1940 devido á 2ª Guerra Mundial. O fim da sua carreira corresponde a um tempo de consagração em que a partir de 1935 participa na I, VI, VIII, XI, XII e XIV Exposições de Arte Moderna do S.P.N./S.N.I., acabando por vencer o Prémio Columbano em 1941 e 1948. Em 1957 vence o Grande Prémio de Pintura na I Exposição de Artes Plásticas da fundação Calouste Gulbenkian. Em 1965 é-lhe atribuído o Prémio Nacional de Arte, do S.N.I.. Faleceu a 21 de Fevereiro de 1967, em Lisboa. Alguns dos seus trabalhos mais notáveis podem ser-se encontrados no Museu de Arte Contemporânea.

-B

Trabalho realizado a partir da fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Eduardo_Afonso_Viana

"A Aparição"- Caracterização de Alberto Soares

Alberto Soares é a personagem principal da obra “A Aparição”, de Vergílio Ferreira. Nasceu na Serra da Estrela, acabando por viver toda a sua infância junto da Natureza. É filho de Álvaro Soares e de D.Susana e tem dois irmãos: Tomás, que é casado com Isaura e é o filho preferido do pai e Evaristo, que é casado com Júlia. Após a morte do pai, que aconteceu durante um jantar de família, este muda-se para Évora, um importante marco na sua vida. Na altura, a sociedade de Évora era bastante conservadora e católica, algo que choca com a personalidade de Alberto, pois este era ateu, ou seja, não tinha qualquer crença. Um dos assuntos que se destaca durante a obra é a morte, e esta pode ser relacionada com o facto de a personagem não acreditar em nenhuma religião, pois este acredita que a partir do momento em que o pai morre não há mais nada depois disso. Toda a obra de Vergílio Ferreira centra-se numa auto-descoberta da personagem principal, sendo esse um dos motivos pelo qual o título da obra é “A Aparição”, pois é na primeira aparição, e em todas a partir dessa, que Alberto começa a descobrir o verdadeiro “eu”. Com aparição, o autor pretende referir-se a um confrontar-se com a sua própria imagem no espelho. Em Évora, torna-se amigo da família Moura, um casal com três filhas: Ana, Sofia e Cristina. O Dr. Moura, ex-colega e amigo de Álvaro Soares, é alguém em que Alberto deposita extrema confiança e vai ser importante para o desenrolar de toda a história, pois é este quem apresenta Alberto à sua família, família a qual com quem este virá a ter diversos tipos de relações. É através da relação com esta família que a personagem principal virá a ter variados sentimentos como o desejo e a incompreensão e, é com esta família, que Alberto voltará a relacionar-se com a morte. No fundo, durante toda a obra, Alberto voltará a cruzar-se com situações que ocorreram no passado, dando quase vida, às memórias que este aviva constantemente no seu pensamento. As filhas do Dr. Moura vão ser importantes na vivência de Alberto. Este acaba por estabelecer uma relação amorosa com uma delas, Sofia, a quem inicialmente ensinava latim para se manter próximo dela. Durante a sua relação com Sofia, Alberto irá ver-se no meio de um triângulo amoroso com Carolino, mais conhecido por Bexiguinha, que mais tarde virá a cometer um crime. Cristina será alguém muito próximo a Alberto, pois este sente um enorme afeto por ela, devido à forma como esta toca piano. Infelizmente, Cristina morre no desenrolar da história, mas nunca irá deixar de ser alguém importante para Alberto e para as suas memórias. A filha mais velha do Dr. Moura, Ana, irá estar ligada mais espiritualmente a Alberto, e o seu marido, Alfredo, irá ser uma personagem com quem Alberto irá entrar em conflito constantemente devido à sua extrema ignorância e falta de discernimento. Alberto virá a ter uma certa antipatia por outra personagem que virá a surgir durante a obra, Chico, devido às suas diferentes perspectivas sobre o que a vida. Este acusa-o de não ter valores mas, apesar disso, Alberto procurará sempre seguir o caminho da dignidade e da valorização da vida. Em toda a obra, Alberto entra em conflito consigo próprio e descobre uma sua faceta de isolamento, rejeição e incompreensão relativamente aos problemas com que se depara e relativamente à sua refleção no espelho. No final da obra, este dá a entender que apesar de todos os maus momentos por que passou, como as mortes com que se deparou, conseguiu tornar-se numa pessoa mudada e com princípios, e que aceita melhor todas as tragédias que ocorreram na sua vida.  

-B

Trabalho realizado a partir da fonte: http://www.notapositiva.com/trab_professores/textos_apoio/portugues/aparicao.htm

"Os Maias"- Maria Eduarda Runa

Maria Eduarda Runa é uma fidalga, filha do conde e da condessa de Runa. Esta encontra-se extremamente doente e frágil. Ela acompanha o marido, Afonso da Maia, no exílio, mas mostra-se sempre infeliz em Inglaterra, andando sistematicamente a relembrar e a pensar na sua vida em Portugal. Maria Eduarda Runa é extremamente religiosa, mas nem a viagem que realizara a Roma e à proximidade do Papa, lhe diminuíram as constantes saudades que sente do seu país, mais propriamente da sua cidade, Lisboa. Odiando Inglaterra, Maria não permite que o seu filho Pedro estude no colégio de Richmond, porque segundo os seus ideais, lá não ensinavam o “seu catolicismo”. Esta convoca o padre Vasques, capelão de Runa, para educar Pedro em casa, forma que arranja para estar sempre próxima do filho que superprotege. Toda essa obsessão que Maria Eduarda tem por Pedro acabará por trazer consequências nefastas para futuramente. Durante todo o período que reside em Inglaterra, Maria irá surgir pensativa, melancólica e inactiva, devido á falta de compaixão que nutre pelo país. 

-B

Trabalho realizado a partir da fonte: Resumo dos Maias, de M. A. Liz da Silva